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mártir, Martirológio

«Mártir» significa, em grego, «testemunha», e dizemo-lo sobretudo dos inumeráveis cristãos que, ao longo dos séculos, deram e continuam a dar testemunho de Cristo com a sua vida. 
Foi antiquíssimo o costume de re¬cor¬dar e venerar os mártires da própria comunidade com uma Eucaristia, no lugar da sua sepultura. Depois, espalhou-se o culto aos mais conhecidos, no calendário da Igreja universal. O «comum dos mártires», na Eucaristia e na Liturgia das Horas, exprime nos seus textos – e na cor vermelha dos paramentos – o valor que para a comunidade cristã representam estes Santos. 
Chama-se Martirológio ao livro que contém, segundo a ordenação do ano, os nomes dos Santos – não só os mártires – que a comunidade cristã recorda, embora não os celebre todos (enquanto que o «calendário», contém só aqueles santos cuja memória se celebra liturgicamente, na Igreja universal ou nas locais). O martirológio é um livro litúrgico, que, antes, se lia no coro, em cada manhã, na hora de Prima, ou no refeitório, conforme as comunidades. 
O primeiro martirológio que conhecemos no Ocidente data do século V e chama-se Martirológio Jeronimiano, que se foi completando ao longo dos séculos. O Martirológio Romano que tínhamos antes da última reforma datava de 1584. 
Seguindo as orientações da reforma litúrgica conciliar, levou-se a cabo, à volta deste livro, um sério trabalho de depuração histórica e de enumeração exaustiva, com dados científicos e indicações precisas sobre a existência – e em cada caso, ao culto tributado – de cada santo.