Concelebração
Chama-se concelebração à
participação simultânea de mais de um presbítero na celebração da mesma
Eucaristia sob a presidência de um celebrante principal, em contraste com as
missas individuais, em simultâneo e em vários altares, como era corrente até
1965.
Pode também usar-se esta
designação para toda a espécie de celebração conjunta. Desde o louvor dos anjos
(«socia exsultatione concelebrant»), até à Liturgia das Horas. Mas costuma
aplicar-se o termo, especialmente, à celebração da Eucaristia. O Concílio
Vaticano II (cf. SC 57) decidiu restaurar ou ampliar o rito da concelebração em
muitas situações conservadas já desde séculos anteriores. De tal modo que,
presentemente, é de uso corrente, quando estão presentes vários sacerdotes. A
regulação deste rito está no seu próprio Ritual, o Ritus servandus in
Concelebratione Missæ, promulgado pela primeira vez em 1965 (cf. IGMR 199-251).
Não são fáceis de interpretar os
testemunhos antigos da concelebração, tanto da Igreja latina como da oriental.
Nos primeiros séculos, era o bispo ou o sacerdote principal o único que assumia
o papel presidencial, sublinhando assim o seu ministério de sinal visível e
sacramental de Cristo. A decisão atual de também os outros concelebrantes
pronunciarem algumas partes da Oração Eucarística – que, no rito anterior,
estava reservada ao celebrante presidente – não é uma decisão exclusivamente
conciliar, pois que, com Pio XII, em 1957, já a ela se referiu uma resposta do
Santo Ofício.
A decisão de se restaurar a
concelebração eucarística não se baseia especialmente no inconveniente da
pluralidade de missas, ou na necessidade de realçar a solenidade de uma festa,
mas por motivos teológico-espirituais.
A concelebração exprime melhor a
unidade do sacerdócio: «A concelebração, além disso, manifesta e fortalece os
laços fraternos entre os presbíteros, uma vez que “por virtude da comum
ordenação sagrada e da missão comum, todos os presbíteros estão unidos entre si
por íntima fraternidade”» (EM 47). Põe também em relevo a unidade do sacrifício
de Cristo: «visto que todas as missas atualizam o único sacrifício de Cristo»,
«vários sacerdotes ao mesmo tempo, com uma só vontade, oferecem, realizam e, ao
mesmo tempo, participam num só sacrifício por meio de um só ato sacramental».
E, finalmente, este modo de celebração do sacramento ressalta a unidade do Povo
de Deus: «pois toda a missa, enquanto celebração do sacramento com que
continuamente vive e cresce a Igreja... é ação de todo o povo santo de Deus,
que atua segundo uma ordem hierárquica» (cf. EM 47; cf. PO 7).
A concelebração aconselha-se de
modo particular em ocasiões em que tem mais significação eclesial: a missa
crismal, nas ordenações, nas missas estacionais, nos sínodos, na dedicação das
igrejas, e, em geral, em todas as celebrações presididas pelo bispo.
 
