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profissão religiosa

Desde os primeiros séculos sempre houve, na Igreja, formas diversas de vida religiosa, embora só mais tarde encontremos testemunhos de ter havido um rito litúrgico de pedido e compromisso, perante os superiores, para admissão daqueles que pretendiam abraçar esse género de vida. Os textos e ritos desta «profissão religiosa» são variados, segundo as comunidades que se iam formando, no Oriente e no Ocidente, no deserto ou nas cidades, em comunidades monásticas ou mendicantes, etc.
Na história destes ritos, temos, por exemplo, a «professio in manibus», nas mãos do superior ou superiora; a «professio super altare», se estava ligada à Missa; «professio super hostiam» (a dos Jesuítas, no século XVI, imediatamente antes de comungar), etc.
A profissão religiosa significa que uma pessoa faz pública «profissão» de que quer viver os conselhos evangélicos numa comunidade religiosa, se compromete por uns anos ou para toda a vida, e é aceite pelos superiores da mesma, em nome da Igreja.
Alguns textos e ritos, com o decorrer dos séculos, chegaram a constituir fórmulas pouco dignas ou consentâneas com os verdadeiros textos litúrgicos. Por isso, o Concílio Vaticano II determinou que se revisse o rito de Consagração das Virgens e, além disso, que se redigisse «um rito de profissão religiosa e de renovação de votos, que contribua para uma maior unidade, sobriedade e dignidade» (SC 80).
De acordo com estas orientações, publicou-se em 1970, o Ordo professionis religiosæ que, em português, se editou em 1970, com segunda edição em 1993: Ritual da profissão religiosa e Ritual da consagração das virgens. Na sua introdução descreve o caminho de preparação e a celebração desta profissão religiosa nas suas diversas etapas: a primeira profissão (temporal), a sua renovação e, sobretudo, a profissão perpétua, que é a mais solene e a que se dá maior significado. Este Ritual Romano propõe-se como um marco e ponto de referência, para que cada família religiosa o adapte ao seu próprio carisma, em ritos e textos, respeitando a estrutura fundamental.
O rito da profissão perpétua tem o seu lugar dentro da Missa, depois da Liturgia da Palavra. Se a categoria do dia o permite, usam-se os textos da missa própria da profissão perpétua. A estrutura da celebração é a seguinte:
• chamamento dos candidatos,
• homilia, que explica e aplica as leituras escutadas à situação das pessoas que abraçam a vida religiosa,
• interrogatório sobre as intenções das pessoas,
• oração litânica da comunidade sobre elas,
• profissão, segundo a fórmula de cada família religiosa,
• bênção e consagração dos recém--professos,
• entrega de símbolos (vestes e insígnias),
• abraço do superior ou superiora e dos professos perpétuos.