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padrinhos

Na celebração dos sacramentos, às vezes são os pais que têm o protagonismo, quando os que acedem a eles são crianças ou meninos de tenra idade. Assim, na celebração do Baptismo de uma criança, o diálogo inicial interpela os pais sobre as disposições e o seu compromisso de ajudar o seu filho a viver como cristão. 
Mas, ao lado dos pais, também os padrinhos exercem um protagonismo de testemunho e de ajuda. A palavra vem do latim, patrinus (aquele que, sem ser pai, exerce uma certa função paterna). Desde os primeiros séculos, aparecem estes padrinhos: por exemplo, Tertuliano fala do sponsor ou garante (como o sponsor actual de um grupo desportivo, no aspecto económico). Esta pessoa, homem ou mulher, apresenta à comunidade o aspirante à iniciação cristã e promete que ajudará os pais ou a própria pessoa baptizada na sua caminhada de fé. No século III, é Hipólito que fala de tal ministério, ao descrever o caminho catecumenal, na sua Traditio Apostólica, n. 15. 
Actualmente, o papel dos padrinhos continua a ser valorizado. «Dê-se quanto possível, ao baptizando um padrinho, cuja missão é assistir na iniciação cristã ao adulto baptizando, e, conjuntamente com os pais, apresentar ao baptismo a criança a baptizar e esforçar--se por que o baptizado viva uma vida cristã consentânea com o baptismo e cumpra fielmente as obrigações que lhe são inerentes» (CDC 872). Os padrinhos, no Baptismo das crianças, respondem às perguntas dirigidas a eles, no início da celebração e, a seguir, professam a fé eclesial, junto com os pais. 
O padrinho ou madrinha deve ter a maturidade necessária para esta função, e tem que ter recebido os três sacramentos da iniciação (Baptismo, Confirmação e Eucaristia) (cf. CDC 874), e ser escolhido, não tanto por motivos sociais ou familiares, mas por um desejo sincero de assegurar aos seus filhos uns padrinhos que, pela sua idade, proximidade, formação e vida cristãs, sejam capazes de influenciar, no seu dia a dia, eficazmente na educação cristã daqueles. Talvez seja melhor prescindir do padrinho a escolher um para mero cumprimento ou sem as qualidades requeridas 18. 
Também no caso do Baptismo de adultos, o seu Ritual descreve as qualidades do padrinho (cf. RICA 42-43: EDREL 108-109). Na Confirmação, segundo o costume, «a cada confirmando assistirá habitualmente um padrinho, cuja missão é conduzi-lo à recepção do sacramento, apresentá-lo ao ministro da Confirmação para a sagrada unção e ajudá-lo depois a cumprir fielmente as promessas do Baptismo, segundo o Espírito Santo que recebeu» (Ritual 5). O ideal é que o padrinho do Baptismo seja também o mesmo da Confirmação, para manifestar uma união dinâmica entre estes dois sacramentos. Pode ser também outra pessoa, e inclusive podem ser os próprios pais que apresentem o seu filho a este sacramento: neste caso não se chamarão padrinhos, evidentemente.