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orientais (liturgias ritos)

O Cristianismo, cujo berço estava no Oriente, estendeu-se, nos primeiros séculos, à volta das grandes metrópoles, com organização patriarcal e grande influência centralizadora nas suas regiões, como Jerusalém, Antioquia, Alexandria do Egipto, Bizâncio ou Constantinopla e Roma. Desde o século III, mas sobretudo a partir da liberdade de culto no século IV, quer no Oriente quer no Ocidente, foram-se configurando famílias ou ritos litúrgicos bastante diferentes, tanto nos textos e estruturas, como na sensibilidade teológica e espiritual, sempre com evidentes influxos políticos, geográficos e culturais, e também doutrinais, caso das heresias e das lutas pela ortodoxia, conforme aceitavam ou não, por exemplo, o concílio de Calcedónia. 
As famílias litúrgicas orientais, embora diferentes entre si, apresentam algumas características comuns bastante denunciadas, se comparadas com as ocidentais, sendo a sua liturgia mais cheia de simbolismo, de sentido do misté¬rio e de participação da comunidade. As línguas em que se celebram são mui¬to variadas, segundo as regiões a que pertencem os vários ritos. As mais co¬muns são: o grego, as línguas eslavas, o siríaco, o árabe, o arménio e o copta. 
As principais famílias litúrgicas do Oriente são a antioquena e a alexandrina. 
O grupo antioqueno é formado pelo rito: 
• o siro-ocidental, chamado também jacobita, sob a influência de Jerusalém e de Antioquia; foi organizado sobretudo por Severo de Antioquia; a sua ¬anáfora mais conhecida é a de S. Tia¬go; é riquíssimo em hinos e orações; 
• o siro-oriental, na esfera de influência de Edessa, que se estende pela Mesopotâmia e Pérsia (Iraque e Irão); é, talvez, o rito que sofreu menos influências ocidentais e latinas e que se conserva numa forma mais arcaica e sóbria, como a famosa anáfora de Addai e Mari; aos que se uniram a Roma chama-se-lhes caldeus; 
• o siro-malabar, que se estende pela Índia, é muito próximo do siro-oriental; o malankar; o maronita, que é o dos unidos a Roma, no Líbano; o arménio; o nestoriano, caracterizado pelos textos de Teodoro de Mopsuéstia e Nestório; 
• e o bizantino ou constantinopolitano, o mais espalhado pelas Igrejas albanesa, bielorussa, búlgara, grega, greco-melkita, ítalo-albanesa, romena, russa, rutena, eslovaca, ucraniana e húngara. 
O grupo alexandrino é formado pelo rito copta, que se estende por Alexandria e baixo Egipto, e usa, por exemplo, as anáforas de S. Marcos e de S. Basílio; e o etíope, que são monofisitas, no resto do Egipto.