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leigos

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A palavra leigo vem do grego, laikos (de laos, povo), e significa, portanto, a pessoa que pertence ao povo. 
Embora tenha, por vezes, um sentido pejorativo (escola «laica»), a palavra em si, aplicada ao povo cristão, está cheia de apreço e dignidade. São leigos os christifideles (os fiéis cristãos) que, pelo Baptismo e Confirmação, ficaram integrados na comunidade cristã. «Por “leigos” entende-se aqui todos os fiéis, com excepção daqueles que receberam uma ordem sacra ou abraçaram o estado religioso aprovado pela Igreja, isto é, os fiéis que – por haverem sido incorporados em Cristo pelo Baptismo e constituídos em Povo de Deus, e por participarem a seu modo do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo – realizaram, na Igreja e no mundo, na parte que lhes compete, a missão de todo o povo cristão» (LG 31). O Catecismo fala da dignidade e das funções dos leigos na Igreja (cf. CIC 897-913). Dentro desta comunidade de fiéis ou leigos, alguns recebem a vocação especial para a vida religiosa e outros para o ministério ordenado, formando todos eles o único Povo de Deus. 
Além de participarem na missão profética da Igreja (evangelização, catequese, etc.), os leigos têm também na liturgia um papel muito importante. São chamados, antes de mais, a participarem nas celebrações, orando, celebran¬do os sacramentos, cantando, acolhendo a Palavra, rezando, pessoal ou comunitariamente, a Liturgia das Horas, etc. Mas também se lhes podem confiar ministérios de animação para com a comunidade, como os de lei¬tores, monitores, cantores, músi¬cos, acólitos, etc. Um dos mais recentemente reconhecidos é o de poderem ser ministros extraordinários da distribuição da Eucaristia, tanto dentro da celebração como levada aos doentes. 
Há outros ministérios litúrgicos que se confiam aos leigos: podem ser instituídos, sem deixar de ser leigos, nos ministérios estáveis de leitor e acólito; presidir ou dirigir as assembleias dominicais, na ausência de presbítero; abençoar os próprios filhos, em momentos significativos da sua própria vida… 
Tudo isso tem a sua justificação, não tanto na necessidade da colaboração de leigos na Igreja de hoje ou na pedagogia que trata de os corresponsabilizar, mas sobretudo na compreensão teológica con¬ciliar do que é a Igreja, que sublinhou a dignidade dos filhos de Deus e membros da Igreja, junto com o sacerdócio baptismal pelo qual cada cristão participa no sacerdócio de Cristo e na sua missão salvadora (cf.. Ministeria Quaedam).