instituição
Instituere significa, em latim, estabelecer alguém num determinado estado, ou melhor, estabelecer algo, iniciando-o oficialmente.
Fala-se da instituição dos sacramentos, remetendo para a sua origem e legitimação inicial. No NT, aparece com clareza que o Baptismo, a Eucaristia e a Penitência são sacramentos que, explicitamente, são instituídos pelo próprio Jesus Cristo. Dos outros, faltam textos explícitos, mas a sua origem só podia provir do próprio Cristo, já que, desde o princípio, todos eles têm a força salvadora que emana da Páscoa do Senhor. Foi a Igreja, ela mesma sacramento primordial da salvação de Cristo, que os foi especificando na sua compreensão e celebração. Por isso, pode dizer-se, claramente, que todos os sacramentos foram instituídos pelo Senhor, embora a concretização e a diversificação ulterior a deixasse à sua Igreja, uma vez que Ele continua a actuar, ao longo da história, pela mediação eclesial (cf. CIC 1113-1121).
Na denominação de palavras da instituição – palavras de Cristo sobre o pão e o vinho, na Última Ceia, também conhecidas por «relato da instituição» ou «palavras da consagração» –, que o sacerdote pronuncia na Oração Eucarística, temos uma aplicação concreta e apropriada deste termo.
Actualmente, também se fala dos ministérios instituídos. Quando Paulo VI, em 1972, na sua Carta apostólica Ministeria quædam, suprimiu as Ordens Menores (ostiariado, exorcistado, leitorado e acolitado), conservou para a Igreja universal dois ministérios, o de leitor e o de acólito, um, à volta da Palavra, e outro, à volta dos sacramentos, e estabeleceu «que a sua colação não se chame “ordenação”, mas “instituição”». «O Leitor é instituído para a função que lhe é própria, ler a Palavra de Deus nas assembleias litúrgicas.» «O acólito é instituído para ajudar o Diácono e para servir o Sacerdote.» (Cf. EDREL 1521-1527). Junto aos ministérios «ordenados» (bispo, presbítero, diácono) estão, pois, os dois ministérios «instituídos», o de leitor e o de acólito. No Ritual das Ordens 9, há um primeiro capítulo «para instituir leitores» e o segundo «para instituir acólitos».