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imposição das mãos

imposição das mãos


A imposição das mãos é um dos gestos mais repetidos na celebração sacramental cristã.
A Bíblia regista, abundantemente, o uso do gesto simbólico de impor as mãos – sobretudo a direita – sobre a cabeça de alguém ou sobre um objecto e com sentidos variados: para significar a transmissão de poderes, a bênção, o perdão, ou a identificação. Jacob impõe as mãos sobre os seus netos para lhes desejar a bênção de Deus (cf. Gn 48,9--20), Aarão, sobre o povo (cf. Lv 9,22), e Moisés, sobre o seu sucessor Josué, para lhe transmitir a autoridade e a sabe¬doria divinas (cf. Dt 34,9), ou o sumo-
-sacerdote sobre o bode, na festa da expiação, para carregar sobre ele os pecados do povo e expulsá-lo para o deserto.
Também Jesus abençoa, cura e perdoa com o gesto expressivo da imposição das mãos. E a comunidade cristã utiliza este mesmo gesto para transmitir o Espírito Santo aos baptizados (cf. Act 8,17 e 19,6), ou para confiar oficialmente uma missão, como aos diáconos ou a Paulo e Barnabé (cf. Act 6,6; 13,3).
Actualmente, impõem-se as mãos:
• no Baptismo, substituindo, se se preferir, a unção pré-baptismal;
• na Confirmação, além da crismação, para exprimir o dom do Espírito;
• na Eucaristia, sobre o pão e o vinho, invocando sobre eles o Espírito;
• e sobre a comunidade, na bênção solene;
• na Penitência, enquanto se diz a primeira parte da fórmula de absolvição;
• na Unção dos Doentes, para pedir sobre eles a força de Cristo;
• no Matrimónio, durante a bênção solene que se segue ao Pai-Nosso;
• e, sobretudo, na ordenação de diáconos, presbíteros e bispos, em que o gesto é precisamente o sinal central, juntamente com as palavras do bispo.
Na liturgia, portanto, é muito frequente o gesto, que exprime visualmente os dons de Deus e a mediação eclesial. Em qualquer destas ocasiões, são as palavras que especificam a graça que se invoca e se comunica sobre a pessoa ou a coisa.
Também se dá o nome de «imposição» ao gesto da entrega de determinados objectos, que às vezes constitui como que um elemento pedagógico complementar para exprimir a graça de cada sacramento: a veste branca do Baptismo, a estola, a dalmática, a casula ou a mitra nas ordenações, o véu na Profissão religiosa, etc. Também se fala de «imposição das cinzas», em Quarta-Feira de Cinzas, que dá início à Quaresma, e de «impor o incenso», quando se deitam os grãos sobre o carvão aceso do turíbulo.