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A liturgia, como a religiosidade popular, emprega muito a linguagem das imagens (quadros, esculturas, vitrais…) para exprimir o mistério cristão e despertar nos crentes as atitudes de fé e de resposta à actuação salvadora de Deus.
No AT, estiveram proibidas todas as imagens (cf. Ex 20,3-5) pelo perigo que havia do povo de Israel cair na idolatria, ou seja, de absolutizar a imagem e não chegar Àquele cuja representação oferece. Durante os séculos VIII-IX, no Oriente, os iconoclastas lutaram violentamente contra as imagens. O II Concílio de Niceia (no ano de 787) e, depois, o IV de Constantinopla (869) empenharam-se em defender a sua legitimidade, no culto cristão. Mas, alguns séculos depois, no século XVI, também os aderentes à Reforma se opuseram ao culto das imagens.
A Igreja, porém, desde a época das catacumbas, sempre manifestou uma clara opção em favor da imagem sagrada, reconhecendo o seu valor pedagógico e comunicativo para a fé e para a celebração. Uma imagem sagrada, de certo modo, converte-se em mediadora da proximidade de Cristo e dos Santos e, ao mesmo tempo, de veneração e de fé dos cristãos. Evitando o perigo da absolutização, que também pode acontecer, e a desproporção em número e centralidade, que poderia levar a deseducar a fé dos cristãos, «as imagens sagradas, presentes nas nossas igrejas e nas nossas casas, destinam-se a despertar e alimentar a nossa fé no Mistério de Cristo. Através do ícone de Cristo e das suas obras de salvação, é a Ele que adoramos. Através das imagens sagradas da Santa Mãe de Deus, dos Anjos e dos Santos, veneramos as pessoas que nelas vemos representadas» (CIC 1192).
No Cerimonial das Bênçãos (nn. 984-1031; EDREL 1924-1929) há textos para benzer as imagens de Cristo, da Virgem e dos Santos, e também motivações catequéticas para captar o seu sentido de fé.