Eucaristia
É
o sacramento central dos cristãos, o alimento sacramental em que Jesus Cristo
se dá à sua comunidade, sob o sinal do pão e do vinho, para a tornar partícipe
da sua própria Pessoa Gloriosa, do seu Corpo e Sangue, entregues de uma vez por
todas na Cruz e, agora, na sua existência pascal escatológica.
A
palavra vem do grego, eu (bom) e charis (graça) = «boa graça» (em sentido
descendente); ou «ação de graças» (em sentido ascendente). Quando os Evangelhos
descrevem os gestos da Última Ceia, recordam que Jesus «tomou o pão e deu
graças» (eucharistesas). Não é de estranhar, portanto, que por volta do ano
100, o nome Eucaristia se acrescentasse às outras denominações usadas pelas
primeiras comunidades para designar este sacramento: Fração do Pão e Ceia do
Senhor. A seguir, chamar-se-ia Synaxis (reunião, ação conjunta), Missa, etc.
Os
Evangelhos sinópticos e Paulo (cf. 1Cor 11,17-34) transmitem-nos como Cristo,
na sua ceia de despedida, encarregou a comunidade de celebrar
o
sacramento do seu Corpo entregue e do seu Sangue derramado, sob a forma do pão
e do vinho. Como a Última Ceia foi um sacramento antecipado da sua entrega na
Cruz, a Eucaristia será, até ao final dos tempos, o memorial do seu sacrifício
pascal.
A
Igreja, gozosamente convencida, desde o princípio, de que, neste sacramento,
Cristo se torna realmente presente na comunidade reunida, na Palavra proclamada
e, sobretudo, no pão e no vinho, que a palavra de Cristo e a ação do Espírito
convertem no seu Corpo e Sangue, há dois mil anos que se reúne, sobretudo ao
domingo, no dia do Senhor Ressuscitado, para celebrar a Eucaristia. Esta, desde
muito cedo, se estruturou com uma primeira parte de escuta da Palavra e uma
segunda de Oração Eucarística e comunhão: a dupla mesa para a qual Cristo
convida os seus.
Os
frutos da comunhão eucarística descreve-os, deste modo, o Catecismo (cf. CIC
1391-1401): pela Eucaristia a comunidade une-se mais ao seu Senhor («Quem come
a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e Eu nele… Eu vivo pelo Pai,
também o que me come viverá por mim»: Jo 6,56-57); robustece-se na sua luta
contra o mal e o pecado; cresce na fraternidade eclesial («Uma vez que há um
único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque participamos desse
único Pão»: 1Cor 10,17), enquanto sente o desejo de poder celebrá-la em plena
unidade com todos os cristãos. Ao mesmo tempo, sente-se interpelada pela
atitude fundamental de Cristo: a sua entrega pelos outros, e trata de o imitar
com um comportamento em favor dos pobres.
Os
livros litúrgicos com os quais a comunidade celebra a Eucaristia foram revistos
e reformados por incumbência do Concílio (cf. SC 50, em 1963): o Missal de
Paulo VI, editado em 1970, e o Lecionário, na sua primeira edição de 1969 e a
renovada de 1981.
