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Epifania


Epifania

É uma das festas mais importantes do ano cristão, e celebra a manifestação ou as manifestações de Cristo Jesus.
É uma palavra grega que deriva de epi e faino (brilhar, manifestar-se). Paulo diz a Tito que «manifestou-se (epifane) a graça de Deus… aguardando a ditosa esperança e manifestação (epifaneia) da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo» (Tt 2,11.13).
A celebração da Epifania teve a sua origem nas Igrejas do Oriente. No século III, aparece no Egito – para dali passar facilmente a Jerusalém e à Síria, no século IV –, como festa celebrativa da manifestação do Senhor, entendida como seu nascimento, relacionada provavelmente com uma festa do Sol, época do ano em que a duração do dia começa já a triunfar sobre a da noite. Por isso, tem também o nome da «festa das luzes».
Rapidamente, passou também a Roma e ao Ocidente, apesar de, ali, por essa mesma altura, ter surgido a festa da Natividade, do nascimento do Salvador. Parece ter havido um intercâmbio: no Ocidente, aceitou-se também a Epifania, dando-se-lhe o sentido da manifestação aos magos, como representantes dos povos pagãos; e, no Oriente, foi aceite, por sua vez, a Natividade, como a festa do nascimento, passando, então, a da Epifania, a ser sobretudo o dia batismal.
Por muitos testemunhos antigos, vê-se que a Epifania tende a condensar, numa só festividade, as várias manifestações do Senhor. Ainda hoje, a antífona do Magnificat, nas segundas Vésperas desta festa, anuncia: «Recordamos neste dia três mistérios: hoje a estrela guiou os Magos ao presépio; hoje, nas bodas de Caná, a água foi mudada em vinho; hoje, no rio Jordão, Cristo quis ser batizado, para nos salvar». O enviado de Deus, a quem, apenas há uns dias, celebramos como criança, manifesta-se progressiva¬mente como Messias: aos Magos, no Jordão e no seu primeiro milagre, em Caná.
Em alguns países, sobretudo se não for dia de preceito, trasladou-se esta festa para o domingo que cai entre o dia 2 e o dia 8 de Janeiro. No dia da Epifania existe também o antigo costume de proclamar, depois do Evangelho, a calenda, ou seja, o calendário das festas móveis de todo o ano, sobretudo a data da Páscoa. Cristo, o novo Sol, a Luz que vai triunfando sobre a obscuridade, dá sentido a todo o transcorrer do tempo e do ano.