diálogo
Vem
do grego, dia-logeo (falar com outro, conversar). Aplica-se em geral ao diálogo
entre as pessoas, ou da Igreja com o mundo e as culturas, ou com os irmãos
cristãos separados, ou ao diálogo salvífico, entre o homem e Deus.
Em
liturgia, pode-se dizer que «cada celebração sacramental é um encontro dos
filhos de Deus com o seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo. Tal encontro
exprime-se como um diálogo, através de ações e de palavras» (CIC 1153). O
diálogo é uma das formas mais clássicas e populares de participação:
•
o que se estabelece entre o presidente e a comunidade, quando o que preside
saúda, dizendo: «O Senhor esteja convosco» e a assembléia responde: «Ele está
no meio de nós»;
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o que tem lugar quando o diácono vai proclamar o Evangelho;
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quando o ministro interroga os pais e padrinhos, antes do Batismo de uma
criança, ou com a própria pessoa que se batiza, se for adulta;
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quando o bispo ou o superior pergunta aos que vão fazer a Profissão religiosa,
ou receber a Confirmação ou as ordens sagradas.
O
diálogo mais antigo e expressivo é o que precede o Prefácio da Oração
Eucarística. A sua forma atual já a encontramos praticamente igual na Tradição
apostólica de Santo Hipólito, nos começos do século III. As suas raízes
certamente são anteriores, porque é parecido com o diálogo que nas ceias
pascais dos judeus se estabelece entre o pai, que preside à refeição, e a
família, no momento em que depois da ceia vai abençoar o terceiro cálice.
O
diálogo do Prefácio começa com a saudação: «O Senhor esteja convosco» e a sua
resposta. Continua com uma preparação anímica para a Oração Eucarística:
«Corações ao alto», o «sursum corda» que já era comentado pelos Padres, como
São Cipriano, no século III, e Santo Agostinho, no século IV. E, depois do povo
responder: «O nosso coração está em Deus», o presidente convida ao louvor, que
é a atitude característica da Oração Eucarística: «Demos graças ao Senhor,
nosso Deus», ao que a comunidade convencida, responde: «É nosso dever, é nossa
salvação», como dando-lhe o seu consentimento, para que dê início à oração, em
nome de todos.
O
diálogo, juntamente com as saudações e as aclamações, favorece, em grande
medida, a ambiência comunitária de uma celebração: «têm grande importância os
diálogos entre o sacerdote e os fiéis reunidos, bem como as aclamações. Tais
elementos não são apenas sinais externos de celebração coletiva, mas favorecem
e realizam a estreita comunhão entre o sacerdote e o povo» (IGMR 34), e
«constituem aquele grau de participação ativa por parte da assembléia dos
fiéis, que se exige em todas as formas de celebração da Missa, para que se
exprima claramente e se estimule a ação de toda a comunidade» (IGMR 35).
