diácono
Em
grego, significa «servidor».
O
autêntico diácono foi o próprio Cristo, o que se identificou com a figura do
Servo de Javé, anunciado por Isaías, e disse que não tinha vindo para ser
servido mas para servir. Ele deu o mesmo encargo aos discípulos: que fossem os
servidores de todos.
Nos
textos do NT e dos primeiros séculos já são mencionados os diáconos, entre os
pastores da comunidade cristã, colaborando com os bispos e presbíteros. Estes
diáconos eram tidos em grande consideração. O livro dos Atos (cf. At 6) fala da
eleição dos primeiros sete, entre eles o protomártir Santo Estêvão. Nas cartas
de Santo Inácio, nos começos do século II, e noutros escritos dos Padres
Apostólicos, exprime-se o apreço pelo ministério que, na comunidade, realizam
os diáconos, em união e ao serviço do bispo. Na igreja de Roma tornou-se famoso
o diácono São Lourenço, administrador dos bens da comunidade e da beneficência
para com os pobres. No Oriente, o mais famoso foi Santo Efrém. As chamadas
«diaconisas», nos primeiros séculos, eram as mulheres que ajudavam a comunidade
em diversos ministérios, também litúrgicos, mas sem uma ordenação sacramental.
O
Concílio Vaticano II restabeleceu o diaconato «como grau próprio ou
permanente», no ministério eclesial, distinto do que se recebe como primeiro
degrau para o sacerdócio (cf. LG 29; AG 16). O diaconato permanente, que se
tinha perdido por volta do século IX, e que agora se restabeleceu, podem-no
receber também os casados. O modo de aceder a este ministério do diaconato e o
seu exercício na comunidade foi objeto de outros importantes documentos: o motu
proprio de Paulo VI, em 1967, Sacrum Diaconatus ordinem (cf. EDREL 2561-2599),
o motu próprio do mesmo Papa, de 1972, Ad pascendum (cf. EDREL 1535-1553) 5.
Os
diáconos constituem o grau inferior da hierarquia ministerial na Igreja, ao
serviço dos presbíteros e dos bispos. «Recebem a imposição das mãos “não para o
sacerdócio mas para o ministério”. Assim, confortados pela graça sacramental,
servem o Povo de Deus nos ministérios da liturgia, da palavra e da caridade, em
comunhão com o bispo e seu presbitério» (LG 29 e cf. OBPD).
Esta
citação assinala os campos do serviço diaconal, na comunidade cristã: a) a
liturgia, na qual assistem ao presbítero ou ao bispo na proclamação do Evangelho,
na distribuição da Eucaristia e na direção da oração comunitária; podem
presidir ao sacramento do Batismo e assistir e abençoar o Matrimônio; b) a Palavra,
que proclamam e às vezes comentam na homilia, sendo também os coordenadores da
catequese e da evangelização; c) a caridade, cuidando da beneficência e da
administração comunitária.
O
Ritual das Ordenações, que na sua edição típica em latim apareceu no ano de
1968 e, em português, em 1970, é o livro litúrgico que estabelece os ritos e
textos da ordenação de diáconos. A sua segunda edição típica em latim foi
publicada em 1989, desta vez com Preliminares, que a primeira não tinha (cf.
EDREL 1028-1038; para os diáconos EDREL 1078-1110).
A
ordenação dos diáconos tem como características os seguintes elementos: o
diálogo sobre o celibato e a oração da Liturgia das Horas, as ladainhas dos
Santos, a imposição das mãos por parte do bispo, a oração consacratória, a
imposição da estola e da dalmática, a entrega do livro dos Evangelhos e o beijo
da Paz, por parte do bispo e dos diáconos presentes.
A
parte central da oração consacratória diz assim: «Enviai sobre eles, Senhor,
nós Vos pedimos, o Espírito Santo, que os fortaleça com os sete dons da vossa
graça, a fim de exercerem com fidelidade o seu ministério» (OBPD 207). A
ordenação «configura [os diáconos] com Cristo, que se fez “diácono”, isto é, o
servo de todos» (CIC 1570).
A
sua veste própria é a *túnica, com a estola cruzada do ombro esquerdo, e a
dalmática, sobretudo em celebrações mais solenes.
