Consagração
Do
latim, consecrare, consacrare, que, por sua vez, deriva de sacer (sagrado), e
que significa fazer sagrada uma coisa, uma pessoa ou um edifício, ou seja,
destiná-los a um uso ou sentido sagrado. Também se «consagra o tempo»: dizemos
do domingo que é um dia consagrado a Deus, ou que a Liturgia das Horas nos
ajuda a consagrar o tempo do dia (cf. IGLH 10-11).
O
sentido mais popular da palavra «consagração» faz referência à parte da Oração
Eucarística em que se «consagram» o pão e o vinho, convertendo--os, pela força
do Espírito, no Corpo e Sangue de Cristo. Dizer que ficam «consagrados» é um
termo muito antigo no uso eclesial, tal como «eucaristizar», «converter»,
«santificar», etc. O Missal diz que a primeira epiclese, a invocação do
Espírito, «implora o poder do Espírito Santo, para que os dons oferecidos pelos
homens sejam consagrados, isto é, se convertam no Corpo e Sangue de Cristo»
(IGMR 79c) no momento em que se repetem as palavras de Cristo sobre o pão e o
vinho.
No
que se refere aos outros sentidos anteriores, alude-se, sobretudo, às pessoas
que são consagradas. Já, no AT, se fala da «consagração» de reis, sacerdotes e
profetas. Todos os batizados são consagrados a Cristo. Os religiosos que
abraçaram a «vida consagrada» consagram a sua vida a Deus e são consagrados por
Deus. Da mesma forma e com o mesmo sentido se diz ordenação ou consagração,
quando os presbíteros e os bispos recebem o sacramento da Ordem.
Quanto
às coisas e lugares, que comportam uma relação pedagógica para os fiéis, faz
mais sentido dizer-se «dedicação». Por exemplo, consagram-se ou dedicam-se os
lugares, como foi feito, no AT, com o Templo de Salomão (cf. 1Rs 8), e, hoje,
sobretudo, os altares e as igrejas catedrais e paroquiais, seguindo o Ritual da
Dedicação da Igreja e do Altar, como sinal da Igreja espiritual que eles
próprios, em virtude da sua profissão cristã, são chamados a edificar e a
dilatar (cf. IGMR 290).
