Confissão
A
palavra confissão vem do latim, confiteri, que, por sua vez, provém de fateri
(falar). Em grego, responde sobretudo a exomologesis, que significa declarar,
reconhecer, admitir, confessar.
Pode-se
referir a Deus (confessar a grandeza de Deus), a Cristo (dar testemunho,
confessar Cristo diante dos homens). Nos primeiros séculos, de modo particular,
chamou-se «confessores» aos mártires, que confessaram com a vida a sua fé em
Cristo. E chamava-se «altar da confissão» ao altar construído sobre o túmulo de
um mártir.
Usa-se
muito este termo em relação aos próprios pecados: reconhecer e acusar o pecado
diante de Deus (Salmo 31 [32],5; 50[51],5), como se faz na oração penitencial:
«Confesso a Deus todo poderoso e a vós, irmãos», que foi incorporada no rito
penitencial da Eucaristia: o Missal chama «confissão geral» ao ato penitencial
com que se inicia a Missa (cf. IGMR 51).
Mas,
chama-se confissão, sobretudo, à acusação dos pecados perante o ministro da
Igreja, no sacramento da Reconciliação penitencial. É um dos «atos do
penitente» neste sacramento, junto com a dor interior, o propósito e as obras
de conversão. Talvez o ato mais característico, na sensibilidade do povo
cristão, de tal modo que, durante séculos, a este sacramento se lhe chamou
«confissão, ir confessar-se» Além da acusação dos pecados, «este sacramento é
também uma “confissão”, reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua
misericórdia para com o homem pecador» (CIC 1424).
O
Ritual da Penitência (1974) e, mais tarde, as instruções dos bispos, explicam
bem, dentro do processo penitencial, o porquê da confissão: é uma parte
necessária do caminho normal da reconciliação do penitente, que, como sinal da
sua conversão interior, reconhece a sua falta perante o ministro eclesial e
escuta dele a absolvição em nome de Deus e da Igreja. A confissão individual,
complementada pela absolvição, é o único modo ordinário mediante o qual os
fiéis que pecaram gravemente podem reconciliar-se com Deus e com a Igreja,
tanto, quando se acercam do sacramento na sua forma individual, como quando o
celebram comunitariamente.
Inclusive,
na terceira forma, quando não é possível realizar a confissão individual nem
dar a absolvição a cada um pessoalmente, deve haver, nesse momento, segundo o
Ritual, uma «confissão geral», ficando a confissão individual ou auricular para
quando se puder realizar o processo íntegro. O Ritual (n. 35) descreve esta
confissão e absolvição geral. Trata-se de manifestar com algum sinal externo a
conversão interior e o desejo de receber a absolvição: o «confesso a Deus», um
cântico, uma oração litânica, o Pai-Nosso, e algum sinal corporal como o
inclinar a cabeça ou ajoelhar-se.
