Comentarista (animador)
Entre os ministros, está «o comentador
[em latim Comentarista (animador): cf. SC 29], incumbido de fazer aos fiéis, se for
oportuno, breves explicações e admonições, a fim de os introduzir na celebração
e os dispor a compreendê-la melhor» (IGMR 105b).
O serviço que o Comentarista (animador) realiza na
celebração é muito antigo, embora o nome e a atual importância sejam recentes.
Os diáconos, nos antigos livros litúrgicos, tinham como encargo ir guiando o
povo na celebração. No Concílio de Trento (sessão XXIII, c. 8), ao tratar da
língua latina ou vulgar na Eucaristia, falava-se de um serviço à comunidade que
poderia interpretar-se nesta direção: «manda o Concílio aos
pastores […] que frequentemente durante a celebração das missas, por si ou por
outro, exponham algo do que na Missa se lê, e entre outras coisas declarem
algum mistério deste santíssimo sacrifício.»
Poucos anos antes do Vaticano II, na
Instrução de 1958 sobre a música e liturgia, começou-se a desenhar de novo esta
figura do monitor, animador ou Comentarista. A princípio, pela necessidade de
ajudar a entender os textos que se proclamavam em latim e, depois, já com os
textos em língua vernácula, para ir motivando para os diversos momentos e
guiando a dinâmica da celebração. As monições principais pertencem, sobretudo,
ao próprio presidente da celebração, mas há outros momentos em que o comentador
pode guiar, com breves e preparadas explicações, para uma oração mais sentida,
um cântico mais motivado, uma leitura escutada com maior interesse.
«As admonições do Comentarista (animador) devem ser
cuidadosamente preparadas e muito sóbrias» (IGMR 105), por isso, se espera que,
antes e durante a celebração, se coordenem os diversos ministérios para que, em
ligação com o ministério principal do presidente, ajudem a comunidade na sua
participação, contribuindo para que a celebração tenha o seu ritmo oportuno e
eficácia pastoral. Insiste-se em que as suas monições sejam «oportunas, claras,
sóbrias, cuidadosamente preparadas, normalmente escritas e previamente
aprovadas pelo celebrante» (OLM 57).
«O Comentarista (animador) deve colocar-se em lugar
adequado, à frente dos fiéis, mas não no ambão» (IGMR 105), porque o ambão está
reservado para a Palavra de Deus (cf. IGMR 309 e OLM 33).
