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Banho

Banho

O banho (de balneum), ao longo dos séculos, tem sido entendido pelas diversas culturas, não só como um ato apreciado pelas suas vantagens de limpeza, frescura e saúde, mas também num sentido simbólico, de pureza interior e regeneração vital. Tanto para as culturas americanas pré-cristãs, como para os povos que habitam as regiões dos grandes rios, Nilo, Eufrates ou Ganges, o banho reveste-se de um valor religioso, de purificação cultual.
Nesta sintonia, também Jesus Cristo e a Igreja primitiva, na linha do banho cúltico dos prosélitos judeus e, sobretudo, do banho batismal preparatório do Messias que João Baptista realizava, submergindo os convertidos no rio Jordão, elegeram este gesto como sinal sacramental do Batismo cristão. O que se pretende alcançar, através deste sacramento, é a imersão total em Jesus Cristo, na sua Páscoa de morte e glorificação, numa incorporação invisível que faz renascer e transmite a sua vida nova. Por isso, desde o princípio, o gesto do banho na água foi entendido como expressão do mistério celebrado. S. Paulo, na Carta aos Romanos, oferece-nos esta catequese do Batismo: «Todos nós que fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte» (6,3). E o RBC (n. 22) diz que o banho na água, a imersão, «é mais apto para significar a participação na morte e ressurreição de Cristo».

Dicionário Elementar de Liturgia  -  José Aldazábal