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Reserva

Dá-se o nome de «Reserva», do latim, re-servare (guardar), à guarda da Eucaristia – normalmente só o Pão – no sacrário. 
«“O fim primeiro e primordial da conservação das sagradas espécies, na igreja, fora da Missa, é a administração do Viático; os fins secundários são a distribuição da comunhão fora da Missa e a adoração de Nosso Senhor Jesus Cristo presente sob as mesmas espécies”. Pois “a conservação das sagradas espécies para os enfermos… introduziu o louvável costume de adorar este manjar do céu conservado nas igrejas. Este culto de adoração tem um sólido e firme fundamento”, sobretudo, porque a fé na presença real do Senhor conduz naturalmente à manifestação externa e pública dessa mesma fé» (EM 49; EDREL 2542). 
Já no tempo de Justino (século II) se levava a Eucaristia aos ausentes, sobretudo aos doentes e outros impedidos de participar na celebração comunitária. Quando passou a haver igrejas, começou a guardar-se nelas, num lugar digno, a Eucaristia, para os fins assinalados acima. Até que se chegou à forma actual do «sacrário», que deve ser único em cada igreja. 
«O lugar da igreja ou oratório onde se conserva a Eucaristia no sacrário deve estar verdadeiramente em relevo. Convém que ele seja igualmente adequado para a oração privada, de maneira que os fiéis não deixem de venerar o Senhor no sacramento, com facilidade e proveito, mesmo com o culto privado. Para tanto se recomenda que o sacrário, quanto possível, se coloque numa capela distinta na nave central da igreja» (EM 53). 
Quinta-Feira Santa é o dia em que tem peculiar sentido a reserva da Eucaristia, pois se conserva no sacrário para a celebração do dia seguinte, em que não há celebração da Eucarística mas somente comunhão: a Carta sobre as festas pascais dá as oportunas indicações para esta reserva e a sua adoração até à meia-noite (cf. CFP 49-56; EDREL 3159-3166).