O Concílio Vaticano II, no seu decreto Perfectæ Caritatis, de 1965, apresentou o carisma de Vida Consagrada, na Igreja, e também o Catecismo o tratou (CIC 914-945). Aqui, falamos dos religiosos no que diz respeito à sua vida litúrgica.
Em princípio, os religiosos celebram e vivem o mesmo mistério litúrgico, em que Cristo Ressuscitado nos comunica a sua graça salvadora: a Eucaristia, a Reconciliação, o ritmo do Ano litúrgico, a oração das Horas, tudo isso baseado nos sacramentos do Baptismo e da Confirmação, dos quais o seu próprio carisma religioso na comunidade é um desenvolvimento.
Mas há algumas celebrações litúrgicas próprias dos religiosos e, além disso, existem aspectos das outras celebrações que os caracterizam:
• a da Profissão religiosa e a da Consagração das Virgens, assim como a Bênção do abade e da abadessa;
• algumas ordens religiosas tiveram, desde há muitos séculos, ritos litúrgicos próprios, dentro do Rito Roma-no, que conservaram e renovaram legitimamente (cistercienses, dominicanos, beneditinos, etc.);
• a Liturgia das Horas tem para os religiosos especial relevo e significação, quer a celebrem em coro e na sua totalidade, quer, como nos casos das comunidades de vida activa, só celebrem em comum algumas das Horas: os religiosos «reproduzem de uma forma mais completa a imagem da Igreja a cantar ininterruptamente, numa só voz, os louvores divinos; além disso, cumprem tam¬bém o dever de “trabalhar”, antes de mais pela oração, “para a edificação e crescimento de todo o Corpo Místico de Cristo para o bem das Igrejas particulares”» (IGLH 24; cf. 26.31-32);
• muitas famílias religiosas têm calendário próprio, com os seus santos fundadores ou padroeiros, os santos que pertenceram à própria família ou a ela estiveram ligados; ao mesmo tempo, os religiosos «unem-se à comunidade da igreja local na celebração do aniversário da Dedicação da igreja catedral e dos Padroeiros principais do lugar ou do território em que residem» (Instr. Calendaria Particularia, in EDREL 682);
• muitas famílias religiosas têm como particular carisma, no conjunto da Igreja, a adoração a Cristo Eucarístico, e fazem-no com maior expressividade e constância;
• o Missal Romano recomenda a todas as comunidades religiosas que participem na Eucaristia, normalmente, com a comunhão sob as duas espécies (cf. IGMR 245);
• também o Ritual das Exéquias contempla textos e ritos especiais para o caso de um religioso ou de uma religiosa.