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Missal

Em sentido genérico, é o livro oficial, segundo o qual a Igreja celebra a sua Eucaristia. Tem uma primeira parte com as orações que se dirigem a Deus, comumente chamado Missal ou livro do altar, e uma segunda com as leituras bíblicas ao longo de todo o ano, o Leccionário. 
Quando a comunidade, a partir dos séculos V e VI, sentiu necessidade de organizar, em livros litúrgicos, tanto as orações como as leituras e cânticos para a sua celebração, os livros para a Eucaristia receberam diversos nomes, segundo as famílias litúrgicas: chamou-se Sacramentário ao livro dos textos eucológicos ou orações (por exemplo, o Sacramentário Veronense, Sacramentário Gregoriano, Sacramentário Gelasiano e muitos outros das 
igrejas particulares), enquanto que os Leccionários estavam editados à parte. Aos Sacramentários também se lhes chamou Missale: o Missal Ambrosiano, o Missal Gótico, etc. Na liturgia hispânica, chamava-se Liber Sacramentorum ou também Missale, enquanto que, ao Leccionário, se lhe chamava Liber Commicus. Mais tarde, unificou-se o livro das orações com o das leituras, formando-se os «Missais plenários», sobretudo a partir do Missal da Cúria Romana, dos séculos XII e XIII. Era o tipo de livro que nós conhecíamos antes da última reforma. O Missal continha tudo: as orações, os cânticos e as leituras. 
Como consequência da revisão re¬co¬mendada pelo Concílio de Trento, em 1570, publicou-se o Missal que, desde então, se chamou «Missal de S. Pio V» 13. Exactamente quatro séculos mais tarde, em 1970, e como fruto da revisão determinada pelo Concílio Vaticano II, publicou-se a primeira edição típica do «Missal de Paulo VI» ou «do Vaticano II», que deu lugar às diversas traduções oficiais aprovadas para as Igrejas locais, em mais de 350 línguas. Paulo VI promulgou o Missal com a Constituição Apostólica Missale Romanum, em 1969 (cf. EDREL 258-268), e apresentava-o «como um instrumento valioso para testemunhar e confirmar entre todos a mútua unidade. Por variadas que sejam as línguas, uma só e mesma oração, mais fragrante que o incenso, subirá ao Pai dos Céus, pelo nosso Sumo Pontífice Jesus Cristo, no Espírito Santo» (EDREL 267). Entrou em vigor no primeiro domingo do Advento de 1969. 
O novo Missal tem a particularidade de uma longa introdução, chamada Institutio generalis Missalis Romani, com 341 números (cf. EDREL 269-624), com um Proémio de Paulo VI 14. 
Embora, em rigor, o Leccionário e o Livro de Cânticos (Graduale simplex) também pertençam ao Missal Romano, costuma-se chamar Missal, sobretudo, ao livro do altar, que contém as orações da celebração. Nas edições mais manuseáveis, para os fiéis, de grande utilidade para preparar e prolongar a audição da Palavra e a sintonia com as orações da celebração, o Missal costuma conter também as leituras, pelo que, devido à sua extensão, se costuma dividir em Missal Dominical e Missal Ferial.