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memorial

O nome de «memorial» (em hebraico, zikkaron; em grego, anamnesis) foi o primeiro adoptado pelas comunidades cristãs para definir a Eucaristia. O mandato de Jesus foi: «Fazei isto em memória de mim.» 
O memorial não é entendido pela Igreja como uma mera recordação subjectiva ou um aniversário. Ele é uma recordação eficaz, uma celebração que actualiza o que recorda: ou seja, é um «sacramento» do acontecimento passado. Para os Judeus, o memorial da sua Páscoa não é só o aniversário da sua saída do Egipto, mas a renovação actualizada da aliança que Deus lhes ofereceu então e lhes continua a oferecer agora. Para os cristãos, o memorial da Morte de Cristo, agora Ressuscitado, actualiza e comunica, em cada celebração, a força salvadora do acontecimento da cruz. Além disso, o memorial visa também o futuro: em certo sentido, adianta-o e garante-o. Em cada Missa, ao comer o Pão e o Vinho, que são o Corpo de Cristo (presente), proclama-se a morte do Senhor (passado) «até que Ele venha» (futuro). É assim que S. Paulo descreve a Eucaristia (cf. 1Cor 11,26). 
É desta forma também que o Concílio define a Eucaristia: como memorial da Morte e Ressurreição de Cristo (cf. SC 47). O mesmo fazem, desde então, todos os documentos: a instrução Eucharisticum Mysterium, de 1967, intitula toda a sua segunda parte «A Celebração do Memorial do Senhor». O Catecismo explica a Eucaristia a partir desta chave (cf. CIC 1362-1372). 
Os próprios textos do Missal são os que exprimem, sobretudo, a identidade da Eucaristia como memorial da Páscoa de Cristo: «ao celebrar agora o memorial da morte e ressurreição do vosso Filho…» (Oração Eucarística II).