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Jesus Cristo

Jesus Cristo
Na Liturgia, Cristo é o centro, o protagonista absoluto, assim como o é, em geral, no mistério da salvação cristã. O Catecismo da Igreja Católica, depois de ter dedicado um longo capítulo, na primeira parte, à fé em Jesus Cristo, na segunda, dedicada à celebração litúrgica, enfoca tudo a partir de Jesus Cristo, sua Páscoa e sua presença hoje na Igreja, sobretudo, no momento privilegiado da celebração sacramental. 
Depois de ter realizado historicamente a obra da Redenção, agora, Jesus Cristo, Ressuscitado, a partir da sua existência gloriosa junto do Pai, actua por meio dos sacramentos, instituídos por Ele para nos comunicar a sua graça e a força salvadora do seu Mistério Pascal, que há dois mil anos realizou de uma vez para sempre mas que continua presente e vivo nele mesmo. Os sacramentos – e os outros momentos celebrativos da comunidade – são «“forças que saem” do Corpo de Cristo, sempre vivo e vivificante» (CIC 1116), são eficazes porque continuam a ser acções de Cristo Ressuscitado, que actualiza misteriosamente a sua Páscoa, aqui e agora, para nós. 
O Concílio (cf. SC 5-7) colocou a compreensão da liturgia na perspectiva da participação da comunidade na Páscoa de Cristo, e, agora, o Catecismo afir¬ma-o mais afincadamente. A partir do Concílio, repete-se a enumeração das várias maneiras de presença que Cristo Glorioso exerce para a sua comunidade: está presente na própria comunidade, na pessoa do presidente que o representa, na sua Palavra proclamada, em todos os sacramentos, que são «acções de Cristo» e lhe devem a Ele a sua eficácia salvadora e, sobretudo, na Eucaristia, onde se nos dá no pão e no vinho como alimento de vida eterna. Está presente também na Liturgia das Horas como orante supremo, que junto com a sua comunidade eleva ao Pai os louvores e as súplicas dos Salmos. Está presente, ao longo de todo o ano litúrgico, que é uma graça cíclica pela qual Ele mesmo nos torna partícipes da graça salvadora dos seus mistérios. 
Jesus é, ao mesmo tempo, o protagonista (é Ele que rende culto ao Pai, associando-nos, agora, a Ele, e continua a comunicar-nos a sua graça e a sua Palavra profética), o destinatário do nosso culto (porque muitas vezes lhe dirigimos o nosso louvor, a nossa invocação e o nosso culto de adoração) e, sobretudo, nosso Mediador e Sacerdote (por meio dele é que temos acesso ao Pai, que podemos dirigir-lhe o nosso louvor e que podemos receber a graça e o perdão do Pai). 
Ao longo do ano, domingo após domingo, e na sucessão dos tempos e das festas, Cristo comunica-nos os mistérios da sua vida. Centrados, todos eles, no seu Mistério Pascal.