Coleta
Esta palavra advém da palavra latina
colleta, colligere (coligida, coligir, recolher). Num primeiro sentido,
aplica-se à reunião da comunidade para celebrar a Eucaristia dominical. Também
se chama «coleta» à recolha de oferendas ou de dons, no ofertório, a que já
Paulo alude na sua primeira Carta aos Coríntios (16,1-2).
Também se aplicava este nome às orações
sálmicas, que sintetizam os sentimentos dos participantes ao acabar a recitação
de cada salmo (cf. IGLH 112). A expressão «colligere orationem», usual nos
primeiros séculos, na salmodia comunitária, queria dizer «recolher, numa
oração, as intenções dos que tinham recitado o salmo». Daí o nome de «coletas
sálmicas».
Mas o seu uso mais freqüente é o
referido à oração coleta, no princípio da Missa. Este nome pode ter dois
sentidos: que a oração se pronuncia, quando a comunidade já está reunida
(oração de reunião, concluindo o rito de entrada), ou que a sua finalidade é
recolher e resumir as petições de cada um dos presentes.
O Missal de Paulo VI descreve assim a
dinâmica da «coleta»: «O sacerdote convida o povo à oração; e todos, juntamente
com ele, se recolhem uns momentos em silêncio, a fim de tomarem consciência de
que se encontram na presença de Deus e poderem formular interiormente as suas
intenções. Depois, o sacerdote diz a oração chamada «coleta» […] O povo
associa-se a esta súplica e faz sua a oração pela aclamação Amém» (IGMR 54). É
a primeira oração importante do presidente que, de pé, com os braços abertos e
em nome da comunidade, dirige a sua súplica a Deus.
As orações coletas do Missal são fiéis
ao estilo claro e conciso da liturgia romana, com uma invocação a Deus, muitas
vezes enriquecida com uma motivação ou a alusão ao tempo litúrgico ou à festa
celebrada, para prosseguir com uma súplica e concluir apelando à mediação de
Cristo.
O livro que durante séculos reunia estas
orações da Missa ou do ofício Divino, antes da sua inclusão no livro único do
Missal ou do Breviário, chamou-se «Coletário».
