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Celebrar, celebração

Celebrar, celebração

Considera-se como muito feliz e positiva a recente recuperação dos termos «celebrar», «celebração», «celebrante», em referência às ações litúrgicas, em vez de «ofício, oficiar», «cerimônia», «rito», «função de igreja», «ouvir missa», «assistir», «receber os sacramentos», etc., como se ia generalizando, ainda há pouco. O Catecismo da Igreja Católica é o documento que com maior firmeza recuperou esta nova terminologia, sobretudo a sua segunda parte, que se chama, precisamente, «A celebração do mistério cristão», apresentando as suas subdivisões sobre «Quem celebra», «Como celebrar», «Quando celebrar» e «Onde celebrar».
«Celebrar» vem do latim, «celeber, celebrare», que tem uma conotação de «freqüente, freqüentar», mas que aponta sobretudo para uma qualidade festiva, ritual e comunitária na ação. Também na vida social se fala de celebrar festas, aniversários, vitórias, matrimônios, sínodos e concílios. Estes termos exprimem que, na liturgia, além dos ritos exteriores, acontece uma realidade interior, tanto de Cristo como das pessoas que celebram, e o nome abarca todos estes aspectos.
Se, nos séculos passados, chamávamos «celebrante», sobretudo ao sacerdote, agora os próprios livros litúrgicos mudaram a terminologia: ao sacerdote chamam-lhe «presidente», enquanto que é à comunidade inteira que atribuem a «celebração», como seu sujeito integral: «Na Missa ou Ceia do Senhor, o Povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que atua na pessoa de Cristo, para celebrar o memorial do Senhor ou sacrifício eucarístico» (IGMR 27).

Além de se usar esta expressão para os sacramentos e para a Liturgia das Horas, também se chamam «celebrações da Palavra» (antigamente chamadas «paraliturgias» ou «vigílias bíblicas»), aquelas que se centram na escuta da Palavra, por exemplo, seguindo o espírito dos vários tempos do ano (cf. SC 35,4). Esta é a celebração que as comunidades, que não têm presbítero, organizam aos domingos.