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rubrica

De rubor (vermelho), as «rubricas» são as indicações que os livros litúrgicos apresentam nesta cor, enquanto que o texto das leituras ou as orações é a preto. 
Nestas rubricas indica-se o modo de proclamar os textos ou de actuar dos vários ministros: postura do corpo ou das mãos, tom de voz, espaços de silêncio, movimentos, etc. 
Durante séculos, estas indicações estavam nos livros chamados Ordines, enquanto que os Sacramentários traziam sobretudo os textos. Com o tempo, foram-se juntando as rubricas aos textos correspondentes. 
O «rubricismo» é uma concepção da Liturgia baseada primordialmente na rubrica, no «como» da celebração, na norma meramente formal. Esta sensibilidade foi sendo suavizada pelo novo estilo dos livros litúrgicos reformados, que também contém rubricas, para ajudar a uma melhor celebração do mistério, mas com uma margem de flexibilidade e, sobretudo, com a primazia dos textos e a finalidade pastoral da participação de toda a comunidade na acção sagrada. 
Em 1960, depois de João XXIII ter anun¬ciado o Concílio, e prevendo-se a reforma profunda da Liturgia, logo apareceu o Codex Rubricarum, com reformas parciais. Foi este Código que estabeleceu, por exemplo, que o sacerdote não tinha a incumbência exclusiva das leituras da Missa, mas escutá-las com os outros fiéis. Os novos Livros Litúr¬gi¬cos contêm, nos Preliminares ou Orien¬tações prévias, e depois na «letra vermelha», as necessárias orientações ou rubricas para uma celebração mais eficaz.