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ablução - Purificação

ablução


Do latim, ab-luere (tirar lavando, purificar). 
O seu sentido pode ser prático: lavar algo que está sujo. Mas, às vezes, fazem-se abluções com intenção simbólica, para exprimir ou conseguir a purificação interior. Assim, entre os judeus, os muçulmanos ou nas religiões orientais, existem diversos tipos de purificações rituais de mãos, pés, cabeça ou de objectos sagrados. 
Entre os cristãos, o Baptismo sempre teve um significado de limpeza e purificação, além do de [re-]nascimento. Também têm carácter simbólico o «lavabo» das mãos, na Missa, e o «lava-pés», no dia de Quinta-Feira Santa. 
Mas, na liturgia actual, chama-se «ablução» sobretudo à acção ritual pela qual, depois da comunhão, o sacerdote purifica os dedos e se lavam os vasos sagrados utilizados na missa. Os primeiros testemunhos destas abluções datam do século IX, e também tinha o mesmo significado o facto de beber vinho ou água, depois de comungar, para purificar a boca, pela razão e clara motivação de respeito pela Eucaristia. 
Agora, a ablução dos dedos é facultativa. E a do cálice, que se faz com vinho e água, ou só com água, faz-se pre¬ferentemente na credência, ou seja, na mesa lateral, e não no altar. 
De entre as diversas possibilidades (não de todo concordantes entre si) que o Missal actual oferece (cf. IGMR 163.183.278.279), a mais recomendável parece ser a de que o cálice seja purificado só com água; que se faça, não no altar e diante de todos, mas na credência (em todo o caso, se se fizer no altar e diante de todos, que seja a um dos lado), e não em seguida, mas depois de acabar a missa («peracta iam missa, populo iam dimisso», como diz IGMR 183), por parte do sacerdote, do diácono ou do acólito. A «água utilizada nessas abluções ou se bebe ou se deita em lugar conveniente» (RCCE 22). 
Não é necessário dar demasiada importância a esta ablução. Há que fazê-la com dignidade, mas não tem uma gran¬de riqueza simbólica e não é necessário que se faça diante de todos. É importante que os momentos após a comunhão constituam um espaço de paz, de interiorização e de oração, tanto para os fiéis como para o presidente e os restantes ministros, e não tanto de limpeza dos vasos sagrados, que se pode fazer bem depois.